Pé diabético: quais cuidados deve tomar para evitar essa complicação
Pé diabético é uma complicação do diabetes mellitus que acontece quando uma área infeccionada ou lesionada nos pés desenvolve uma úlcera. Caracteriza-se por anormalidades como variações de cor, temperatura, deformidade dos ossos ou tecidos, presença de inflamação ou infecção. Os sintomas mais frequentes são sensação de queimação e formigamentos.
Há casos em que, por diminuição da sensibilidade, a pessoa com diabetes se machuca e não percebe a lesão. Com isso, a ferida pode crescer e infeccionar, dando origem ao pé diabético. De qualquer forma, é importante ressaltar que nem todo mundo que tem diabetes sofrerá dessa complicação. Apesar de ser relativamente comum, o pé diabético só ocorre quando o problema não é bem controlado.
Assim, é fundamental que todas as pessoas com diabetes tomem os cuidados necessários. Inclusive, qualquer ferimento deve ser tratado rapidamente para evitar agravamentos que levem a situações graves, como a amputação do membro. Então, acompanhe a seguir as principais recomendações de prevenção!
Quais as possíveis causas do pé diabético?
Existem 3 possíveis efeitos do diabetes no corpo que, quando ocorrentes, constituem as causas mais importantes do surgimento do pé diabético na maioria dos casos. Essas ocorrências são uma lesão nos nervos, uma lesão nas artérias dos pés ou uma infecção. Cada uma será abordada a seguir. Acompanhe.
Lesão nos nervos
A glicemia não controlada pode resultar em lesão nos nervos periféricos que sensibilizam os pés. É a chamada neuropatia diabética que pode levar à perda da sensibilidade normal do pé. Essa perda é capaz de provocar uma dificuldade para distribuir o peso do corpo conscientemente, assim como a falta de dor.
No primeiro caso, ao caminhar ou ficar de pé muito tempo, a pessoa pode promover pressões anormais sobre tecidos moles, ossos e articulações, originando feridas. Por sua vez, a perda da capacidade de sentir dor aumenta o risco de se ferir ainda mais.
Lesão nas artérias dos pés
O diabetes quando não é controlado adequadamente provoca lesões nas artérias que irrigam os pés. Nesse sentido, a má circulação resultante produz isquemia (falta de irrigação) da pele.
O efeito seguinte é a dificuldade de cicatrização de feridas existentes, além da formação de úlceras no pé. Então, na pior das hipóteses, ocorre gangrena e a consequente necessidade de amputação.
Infecção
A pessoa com diabetes tem o sistema imunológico fragilizado, sobretudo quando não conduz um controle adequado. Nessa situação, a maior de infecções impedem a correta cicatrização das feridas.
Com a má circulação, o tratamento com antibióticos não atinge o local das feridas. Nesse contexto, a infecção pode se espalhar.
Quais os principais fatores de risco para o distúrbio?
Existem algumas condições que se caracterizam como fatores de risco para o surgimento do pé diabético, por exemplo. Veja quais são:
- neuropatia diabética;
- descontrole reiterado da glicemia;
- doenças vasculares nos membros inferiores;
- uso de calçados não adequados;
- tabagismo (hábito de fumar).
Como evitar o pé diabético?
Alguns cuidados são indispensáveis. No caso do pé diabético a prevenção faz toda diferença.
Mantenha a glicemia dentro da meta
Cuidar dos níveis de glicemia é o mais importante para evitar a complicação do pé diabético. Isso porque, quando as quantidades de açúcar no organismo se mantêm elevadas por muito tempo, a circulação do sangue até as extremidades do corpo é dificultada, e, nesse cenário, a região dos pés é mais afetada pela má circulação.
Dessa maneira, se há pouca quantidade de sangue chegando até o local, as células enfraquecem e o pé começa a perder sensibilidade, fazendo com que feridas ou cortes cicatrizem muito lentamente e só sejam percebidos quando já se encontram em um estágio avançado.
Seque bem os pés após o banho
O cuidado com a região dos pés é imprescindível, portanto, é preciso mantê-los sempre limpos, lavando-os com água morna — nunca quente — a fim de evitar queimaduras. As toalhas utilizadas devem ser macias e próprias para enxugar bem os pés, sobretudo entre os dedos para impedir o surgimento de frieiras.
Além disso, é interessante que a área seja hidratada com cremes emolientes, que têm o objetivo de tratar e limpar, tornando a pele mais suave, macia e flexível. Desse modo, a observação fica para os meios dos dedos, que se não zelados adequadamente, podem desenvolver fungos.
Faça o autoexame dos pés diariamente
O autoexame é outra parte essencial do cuidado rotineiro das pessoas diabéticas. Os pés devem ser sempre inspecionados, de preferência com frequência diária e sob boa iluminação à procura de machucados, bolhas, feridas, áreas avermelhadas e mudanças na forma dos pés. Ainda é importante verificar alterações de cor da pele (se está avermelhada ou arroxeada), anormalidades nas unhas (se demoram muito a crescer) e a ausência de pelos onde antes existiam.
A inspeção também deve necessariamente passar pelo exame da planta dos pés. No processo, você pode contar com a ajuda de um espelho ou ainda com a assistência de outra pessoa, em casos de problema de visão.
Use calçados confortáveis
A escolha dos sapatos também requer um cuidado especial. Os calçados devem ser leves, macios e bem ajustados na forma dos pés. Da mesma forma, não é recomendado que você ande descalço ou com chinelos e sandálias, pois assim há maiores possibilidades da ocorrência de arranhões ou machucados. Se a sensação de “dormência” nos pés for notada, procure consultar um ortopedista.
O uso de calçados que não deixem o pé “respirar ” é ainda mais perigoso para as pessoas com diabetes. Sapatos que causam um desbalanceamento também não são indicados, uma vez que a concentração constante de muito peso em certas áreas dos pés pode provocar o aparecimento de úlceras de pressão.
Prefira meias de algodão
O algodão é o tecido mais recomendado, assim como as meias sem costura. Evite o uso de materiais sintéticos, como o nylon.
Movimente os pés
Tome como hábito a prática de movimentos circulares com os pés, preferencialmente a cada 15 minutos. Ações como essa ajudam a manter a boa circulação sanguínea nos membros inferiores e melhoram a oxigenação dessa região do corpo.
Embora essa atividade não previna danos como a neuropatia diabética, ela diminui bastante as chances de trombose e isquemia, dois problemas comumente associados ao pé diabético.
Tenha cuidado ao cortar as unhas
Mesmo que as complicações possam aparecer também na lateral e na sola dos pés, o risco é maior na área dos dedos. Por isso, é fundamental ter atenção ao cortar as unhas.
A principal cautela é não cortar as unhas muito curtas ou com os cantos muito arredondados. Esses hábitos aumentam as chances de unha encravada, o que pode acabar se tornando uma úlcera. Ainda nesse sentido, é importante cuidar para que os calçados não sejam muito apertados nas pontas dos dedos, já que essa situação também aumenta as chances da unha encravar.
Não coloque os pés de molho
Profissionais da saúde não recomendam o famoso escalda pés para as pessoas que têm propensão a pé diabético. Em primeiro lugar, esse procedimento pode deixar a pele frágil e quebradiça, aumentando as ocorrências de infecções causadas por fungos, como micoses e frieiras — que podem virar lesões mais sérias.
Evite andar descalço
Indivíduos com diabetes devem evitar o hábito de andar totalmente descalços, mesmo que em sua própria casa. Ao proteger os pés com o uso de calçados, diminuem as possibilidades de arranhões, batidas e outras lesões que podem provocar a formação de uma úlcera.
Utilize a água em temperatura adequada no banho
O principal cuidado é evitar banhos sob temperaturas mais elevadas, especialmente em imersão (banheira). Na verdade, a pessoa com diabetes deve utilizar a água a no máximo 35°C para não facilitar o surgimento de ulcerações na pele.
Só compre calçados experimentando antes
Além de preferir os mais leves e confortáveis, é preciso que os calçados acomodem bem os pés sem incomodar. O cuidado deve ser no sentido de se evitar a formação de bolhas ou pontos de fricção com o tecido da pele do pé.
Utilize calçados que permitam palmilhas
O uso de palmilhas nos calçados tem grande relevância para a pessoa com diabetes. Como são moldadas ao pé da pessoa, reduzem significativamente os picos de pressão plantar que provoca lesões e levam ao pé diabético.
Como é feito o tratamento do pé diabético?
O tratamento é realizado de acordo com o tipo de lesão que o paciente sofreu no pé e com a gravidade do caso. Toda abordagem deve ser orientada por um médico, mesmo em situações de pequenas feridas ou cortes, já que eles podem piorar rapidamente.
O tratamento pode envolver:
- uso de remédios antibióticos;
- uso de pomadas antimicrobianas na região afetada;
- controle da diabetes por meio de medicamentos, alterações na dieta e de insulina;
- troca diária do curativo do machucado, de acordo com orientações médicas.
Nos cenários mais graves, pode ser preciso fazer cirurgia para favorecer a cicatrização a partir da retirada da pele da região afetada. No entanto, quando o ferimento não é detectado depressa ou quando o paciente não segue o tratamento conforme o passado pelo médico, pode ser necessário proceder com a amputação de parte do pé ou de todo o membro.
Portanto, é importante ter claro que o pé diabético pode ser evitado. Ao tomar os cuidados descritos neste artigo e ao contar com o acompanhamento médico, o paciente tem totais condições de prevenir esse tipo de complicação.
Como vimos, existem várias medidas protetivas que, se implementadas no dia a dia, podem rapidamente se tornar um hábito. Então, nunca é demais recordar: é indispensável a ajuda profissional se surgirem sintomas do pé diabético.
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