O que é uma bomba de insulina e quando usá-la?
A bomba de insulina é uma das principais aliadas no tratamento de diabetes. Desse modo, é possível manter os níveis glicêmicos em uma faixa considerada ideal. Assim, o indivíduo diminui os riscos de possíveis complicações, relacionadas ao desequilíbrio na taxa de glicemia.
Quando falamos de complicações, não estamos nos referindo apenas àquelas de longo prazo, como pé diabético ou retinopatias. Dependendo da intensidade, episódios de hiperglicemia e hipoglicemia podem ser fatais. Por isso, alguns casos requerem cuidados e práticas mais eficazes.
Nesse caso, existem alguns recursos úteis para auxiliar no controle glicêmico além das seringas e canetas. Um deles é a já citada bomba de insulina. Trata-se de um dispositivo que antes era apenas uma promessa no mercado e agora é realidade no tratamento de diabetes.
Quer saber qual é a importância da bomba de insulina no tratamento de diabetes, como manuseá-la e muito mais? Acompanhe a leitura e fique por dentro do assunto!
Saiba o que é a bomba de insulina
Também chamada de Dispositivo de Perfusão Subcutânea Contínua de Insulina, a bomba de insulina nada mais é do que um aparelho de comando eletrônico capaz de fazer a infusão contínua do hormônio na pessoa.
Pensando na estrutura, o equipamento é do tamanho de um celular pequeno, pesa em torno de 100 gramas e está conectado em um fio cuja extremidade apresenta um cateter. É por meio dessa estrutura que a insulina será injetada.
Portanto, com a bomba e o sistema de infusão, o aparelho consegue armazenar o hormônio e liberá-lo para o corpo de maneira contínua, mas com variações adequadas na dose de acordo com a necessidade do paciente.
A bomba de insulina apresenta um cateter que deve ser inserido sob a pele, geralmente na região do abdômen ou do braço, e substituído a cada 2 ou 3 dias. Nos primeiros dias, é normal sentir um pouco de desconforto na pele onde foi inserido, mas não é dolorido
Todas as pessoas com diabetes precisam usar bomba de insulina?
Atualmente, esse mecanismo pode ser chamado por algumas pessoas de pâncreas artificial. Embora tal associação ainda não seja 100% correta, uma vez que o sistema ainda não é completamente automático, ou seja, necessita de ações do paciente, as bombas são grandes auxiliares para o tratamento da diabetes. Mas, afinal, todas as pessoas que apresentam diabetes podem utilizar?
Diante do auxílio na precisão no controle glicêmico, a bomba de insulina é indicada, principalmente, para aquelas pessoas com diabetes mellitus do tipo 1 (DM1). Nesses casos, o pâncreas não produz insulina adequada e é essencial que seja injetada a quantidade ideal para suprir as necessidades diárias.
Considerando a faixa etária que mais apresenta a condição, as pessoas mais indicadas para utilizar o aparelho são crianças, adolescentes e adultos jovens, sobretudo aquelas que não atingiram o controle adequado e estão descompensadas.
Ressaltamos também que essa conduta é muito indicada para grávidas com diabetes, considerando que esse grupo apresenta condições que dificultam manter a glicemia em bons níveis. A contraindicação para uso retrata pessoas que não conseguem realizar a automonitoração, conforme será melhor abordado mais adiante.
Quais são as contraindicações da bomba de insulina?
Após conhecer as indicações para o uso de bomba de insulina, saiba que também existem contraindicações que precisam ser respeitadas. Afinal, entre outros fatores, o seu uso exige um maior conhecimento do paciente e seu ciclo de apoio quanto a doença. Assim, acompanhe as contraindicações a seguir:
- deficiência visual;
- doença psiquiátrica;
- pacientes com menor nível de escolaridade;
- incapacidade de automonitoração;
- falta de tempo ou compromisso quanto ao correto manuseio do instrumento.
Quais são os tipos de bombas de insulina?
Existem diferentes tipos de bombas de insulina, mas todas têm o mesmo objetivo: garantir um controle eficiente da glicemia. De forma geral, os tipos do aparelho são:
- com controle remoto;
- com sensor de medição de glicose real-time;
- colorida;
- preta;
- com diversos acessórios para tornar a sua utilização mais agradável.
Tipo de bomba de insulina mais usada
Atualmente, o tipo de bomba de insulina mais utilizado é o de monitoramento contínuo de glicose em tempo real, das marcas Medtronic e Roche. Nesse caso, é importante destacar que a tecnologia não possibilita que as doses de insulina sejam inseridas de forma automática pelo aparelho. Por esse motivo, todas as doses devem ser injetadas pelo usuário, com base no seu perfil glicêmico.
Quais são os tipos de bomba de insulina existentes no Brasil?
Desde 2022, chegou ao Brasil a bomba de insulina com sensor de inteligência artificial. O novo sensor e transmissor enviam os dados via Bluetooth para a bomba e para o celular, que terá um algoritmo conectado, permitindo acompanhar o nível de glicose e liberar a insulina.
O modelo conhecido como Sistema Minimed 780G já é vendido na Europa pela multinacional Medtronic, e já foi autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Dessa maneira, a medição da glicose ocorre automatizadamente, o que otimiza a prevenção de hipoglicemia e hiperglicemia.
Contudo, o valor dessa bomba de insulina, que fica entre R$ 30 mil, não é acessível para muitos e não é disponibilidade pelo SUS. Por outro lado, o Projeto (PL 12/2022) foi encaminhado para o Senado. O objetivo dele é fazer com que o sistema público seja obrigado a fornecer bomba de insulina aos pacientes.
Além disso, muitos planos de saúde podem ter que cobrir o tratamento da diabetes com a bomba de insulina. Isso porque, em muitos casos, a recusa dos planos em cobrir esse tipo de tratamento pode ser considerada abusiva, segundo o Judiciário. Se ainda assim houver a negativa do plano, o paciente pode recorrer à Justiça.
Contudo, existe o desenvolvimento da bomba de insulina nacional, com preço mais acessível, e que facilitará o tratamento da diabetes. Isso porque os custos envolvidos são menores que em casos de importação, a única alternativa disponível atualmente no Brasil.
Assim, o protótipo da bomba de insulina nacional está em desenvolvimento na Unifesp, em parceria com a Delta Life. A previsão é que o instrumento seja oferecido com o preço 4 vezes menor. Ainda assim, inicialmente, a bomba de insulina não será tão democrática quanto deveria, devido aos custos mensais de manutenção.
Por que é importante saber usar a bomba de insulina corretamente?
O sucesso no tratamento da diabetes com auxílio da bomba de insulina depende do correto uso do instrumento. Por exemplo, em casos de uso inadequado, o paciente pode elevar a quantidade de doses de insulina, o que aumenta os riscos para hipoglicemia.
Ou seja, ao usar a bomba de insulina, é essencial que o paciente monitore tempo de espero, tempo de insulina ativa etc. Assim, insira a correta quantidade de carboidratos que inseridos e a sugestão de bolus, cujo significado você conhecerá mais adiante.
Por isso é tão importante saber usar a bomba de insulina corretamente. E ainda, isso ajuda a explicar porque existem tantas contraindicações quanto o uso deste instrumento.
Qual é o adequado manuseio da bomba de insulina?
Diferentemente das seringas e das canetas que realizam a aplicação de insulina, a bomba consegue manter a continuidade na infusão. Em simultâneo, ela também calcula a dosagem de insulina diante de refeições ou de atividades diárias que reduzem o nível de glicose no sangue.
Então, para que o software seja capaz de fazer os ajustes, a pessoa deve fornecer algumas informações importantes. A primeira delas deve ser a contagem de carboidratos em cada refeição. Existem algumas tabelas que auxiliam a fazer tal estimativa conforme o alimento ingerido.
Mais importante que apenas ter habilidade no manuseio dos botões é saber fazer a estimativa adequada da quantidade de carboidratos, para que assim o equipamento calcule a dose de insulina que não ocasione quadros de hipo ou hiperglicemia.
Vale ressaltar que é mantido um nível basal de infusão, alterado apenas conforme a necessidade. A própria bomba afere os níveis glicêmicos, quando conectada com um sensor, em uma periodicidade de 5 segundos.
Ou seja, sem o aparelho, o indivíduo checa, em média, 8 vezes por dia a glicemia. Com a bomba, são feitas 288 medições com a necessidade de apenas 2 checagens de glicemia capilar para calibrar o sensor.
O que significa o bolus?
A quantidade adicional de insulina é chamada de bolus. Agora, imagine a situação de comer uma pizza, um hambúrguer ou qualquer outro alimento com grande quantidade de gordura. Nesse caso, pode ser programada a bolus especial, ou seja, a insulina é infundida em dois momentos, cada um contendo determinado percentual da quantidade total. A gordura leva cerca de 4 horas para ser transformada em glicose no organismo.
Já em casos de jejum, há uma grande preocupação com episódios de hipoglicemia. Contudo, com as contagens realizadas no decorrer do dia, o aparelho pode ser programado para emitir alertas quando os níveis glicêmicos estejam inferiores ao ideal.
Em suma, vale ressaltar que, mesmo com a utilização da bomba, é fundamental verificar os níveis de glicose no sangue no decorrer do dia, pelo menos 4 vezes, ou de acordo com a orientação do médico especialista.
Quais são as possíveis complicações ao utilizar a bomba de insulina?
Apesar da praticidade da bomba de insulina, podem ocorrer algumas complicações durante o uso do dispositivo. É o caso de:
- hiperglicemia;
- hipoglicemia;
- cetoacidose diabética (complicação aguda grave da diabetes);
- desconforto causado pela bomba e infecção na pele onde o cateter é inserido, devido à ausência de assepsia durante o manuseio do aparelho;
- etc.
Além disso, outras situações como mau funcionamento da bomba, desconexão da cânula ou configuração indevida podem prejudicar a liberação do hormônio, aumentando o risco de possíveis complicações.
Porém, é importante ressaltar que as complicações são bem menos frequentes e as vantagens acabam se sobressaindo. Em razão disso, é indispensável um treinamento antes de começar a utilizar a bomba de insulina, de maneira que garanta seu bom funcionamento para receber a dose adequada de insulina.
Quais são as vantagens de usar a bomba de insulina?
Sabendo como funciona a bomba de insulina, é possível estabelecer uma série de vantagens associadas ao seu uso. A principal delas é o auxílio para um controle glicêmico mais preciso, que não submete o indivíduo à inconstância nos níveis, seja para mais, seja para menos.
Consequentemente, a menor oscilação nos níveis e nos hormônios resultam no maior sucesso do tratamento, podendo ser comprovado por meio da taxa de hemoglobina glicada, que costuma ser reduzida significativamente.
Flexibilidade também é uma palavra muito importante quando se trata da bomba de insulina. A pessoa que utiliza tal equipamento pode apresentar refeições em horários e quantidades flexíveis, considerando que o cálculo da dose adicional será realizado naquele momento.
Claro, não recomendamos nenhuma imprudência na ingestão dos alimentos, mas reforçamos a capacidade que o software tem de considerar diferentes aspectos, como:
- quantidade de insulina ainda em atividade no corpo;
- quantidade de carboidrato ingerida;
- níveis glicêmicos.
Além disso, reforçamos que, ao contrário das seringas e canetas, as doses podem ser quebradas, não exigindo números inteiros para infusão. Dessa forma, há uma melhor adaptação ao dia a dia e diminui o número de complicações decorrentes da descompensação.
Sendo assim, é evidente que a bomba de insulina é a solução ideal para que os pacientes com diabetes vivam melhor e de forma mais saudável.
Como escolher a melhor bomba de insulina?
Como abordamos, a bomba de insulina é uma grande promessa para o tratamento de diabetes. Embora não tenha o uso ainda disseminado, os tratamentos realizados com ela demonstram na prática que os benefícios e resultados são de fato alcançados.
No Brasil, podemos encontrar duas grandes marcas que comercializam o aparelho: a Medtronic Diabetes e a Roche Diabetes Care Brasil. Ambas apresentam funcionamento, tamanho e peso semelhantes, porém cada uma tem suas especificidades, com destaques importantes que vamos comentar aqui.
No caso da Medtronic, seu sensor mostra, em tela, o nível glicêmico a cada 5 minutos. Além disso, é feita a programação, junto ao médico, acerca dos limites inferior e superior. Dessa forma, o aparelho consegue alertar quando a glicemia está próxima de algum deles.
Como as novas tecnologias podem ajudar no tratamento
Complementando, as novas tecnologias apresentam um desempenho ainda melhor, chegando até mesmo a interromper a infusão caso seja detectado o nível muito baixo de glicose. Mais que isso, outro equipamento consegue prever a hipoglicemia e assim já interromper a dose para não chegar nesse quadro.
Já no caso da marca Roche Diabetes Care Brasil, há um recurso que facilita o manuseio da bomba: o smart control. Ele atua como um glicosímetro controlado remotamente. Portanto, não há necessidade de ajuste direto na bomba, mas sim por meio das funcionalidades apresentadas pelo controle.
Viu só como a bomba de insulina é um importante método para o tratamento da diabetes? Lembre-se que é importante realizar o acompanhamento com o médico para que, juntos, possam identificar a relação custo-benefício de cada caso em específico e a necessidade de utilização do aparelho.
Vale destacar que a bomba de insulina e os materiais necessários para funcionamento mensal apresentam um custo elevado. Porém, pode ser tentado subsídio com entidades públicas ou privadas. Como visto, existe um Projeto de Lei encaminhado para exigir isso do SUS. Do todo modo, lembre-se que este instrumento não é recomendado para todos os diabéticos.
E aí, gostou do nosso conteúdo sobre bombas de insulina? Então, aproveite para continuar as atualizações no assunto e confira nosso artigo com os alimentos que ajudam na absorção da insulina!
A WinSocial ajuda a planejar o seu seguro. Você pode fazer uma simulação gratuita em nosso site para começar a se proteger hoje!