Mulheres no mercado de trabalho: conheça desafios diários
A história da mulher no mercado de trabalho tem sido escrita a cada ano. Um marco importante dessa trajetória foi a década de 40, marcada pela industrialização. Esse fenômeno fez com que a necessidade de mão de obra fosse maior.
Com isso, o mercado abriu as portas para as mulheres. Mas será que a recepção foi a mesma que a dos homens? Na verdade, as mulheres foram contratadas como mão de obra barata, com salários bem inferiores.
No século XXI, os desafios do público feminino diante do mercado ainda são marcantes. Em 2010, as mulheres representavam cerca de 42% da população economicamente ativa, número que deve chegar a 64,3% em 2030. E os desafios disso? Veja abaixo!
Preconceito em processos seletivos
Você acha que os obstáculos são vistos apenas no dia a dia de trabalho? É aí que você se engana! Desde o momento do processo seletivo podem aparecer questões que dificultam a entrada das mulheres no mercado.
Antes de tudo, vemos que existe uma construção histórica sexista em relação aos cargos e ocupações. Quem nunca ouviu alguém falar que determinada profissão é “de homem”? Imagine só como isso interfere para uma mulher ganhar espaço na área!
A manutenção dos estereótipos sexistas reforça a ideia de que os homens devem ocupar atividades laborais. Por outro lado, colocam a mulher na posição de atuar apenas em situações domésticas.
Preocupante, não é mesmo? Além disso, as mulheres podem ser julgadas até pelo padrão de beleza. Em um estudo, identificaram que aquelas consideradas bonitas têm 30% a menos de chance de conseguir um emprego. E mais: o mesmo não foi observado com homens!
Difamação no ambiente de trabalho
Uma vez que tenham sido admitidas no processo de seleção, começam os desafios no próprio ambiente de trabalho. A difamação, por exemplo, representa um dos problemas mais encarados pelas mulheres.
E ela pode ser observada de diferentes formas. Frequentemente, a competência de uma mulher é colocada em xeque. Se uma figura feminina é promovida, por exemplo, questiona-se a capacidade para a função.
Além disso, a propagação de fofocas infundadas não é algo raro. Muitas vezes, representam pensamentos sexistas, que mais uma vez contribuem para a perpetuação do machismo na sociedade.
Assédio no trabalho
Outro desafio muito grande e que afeta as mulheres não só no ambiente de trabalho é o assédio. Com isso, incluímos os diferentes tipos de assédio, como o moral e o sexual. No segundo caso, vemos que apenas 5% das mulheres reportam o caso no RH da empresa.
Por que será que esse número é tão baixo? Para responder isso, voltamos à difamação. Infelizmente, o depoimento da vítima ainda é questionado, com as pessoas atribuindo menor valor quando comparado às justificativas masculinas.
O reflexo disso? Cerca de 15% das mulheres pedem demissão após o assédio. Então, o cenário é desanimador. Primeiro, a dificuldade para conseguir um emprego. Em seguida, a exposição ao assédio. Por fim, a demissão e o silêncio.
Já o assédio moral, caracterizado por importunações repetitivas, diretas ou indiretas, também afeta as mulheres. A vítima pode até mudar seu jeito de agir, tolerando humilhações, a fim de manter o emprego.
Ausência de inclusão
Diante de tudo que temos visto, é preciso reforçar a importância do ambiente de trabalho para o bem-estar no local. A presença de respeito para não haver assédio ou difamação é o básico e o mínimo na convivência com as profissionais do sexo feminino.
Porém, é preciso mais que isso. É necessário, ainda, incluir as mulheres nas atividades da empresa. E quando dizemos a palavra “incluir”, queremos dizer dar as mesmas oportunidades de desenvolvimento para todos.
Um ambiente de trabalho excludente, que escancara ações sexistas, não só deixa de ser igualitário, mas também prejudica o trabalho dos profissionais locais.
Dessa forma, há menor produtividade, afinal, quem quer trabalhar sem a oportunidade de crescimento? Consequentemente, isso gera um desgaste psicológico e desmotivação, o que pode retratar o absenteísmo.
Desigualdade salarial
Lembra-se de quando comentamos no início do texto que as mulheres eram contratadas como mão de obra barata no processo de industrialização? Bem, aproximadamente 80 anos depois, ainda observamos que essa é uma prática comum.
É difícil encontrar uma explicação lógica para isso. Começando pela escolaridade, cerca de 22,8% das mulheres no mercado apresentam ensino superior. Quando analisamos os homens, o número cai para 18,4%.
Em outras palavras, vemos que as mulheres estudam mais e ganham menos. Como sabemos disso? Em média, um homem ganha R$14,20 por hora trabalhada. E a mulher? Apenas R$13.
Por fim, não podemos deixar de ressaltar a posição que o Brasil ocupa no ranking de igualdade salarial. Quando comparado com os demais países da América, nosso país fica em penúltimo da lista. De maneira global, ocupa o 124º de 142 países analisados.
Dificuldade para educação dos filhos
Por último, vamos falar de um grande desafio: a educação dos filhos. Sabemos que muitas mulheres apresentam uma jornada dupla de vida, além de que muitas também são chefes de família.
Como isso interfere no mercado de trabalho? Conforme apontado na reportagem do Pravaler, foi identificado que mais de 90% das figuras femininas sentem dificuldade para conciliar a vida profissional com a maternidade.
Além disso, 64% afirmam ter tido a carreira prejudicada após a gestação. Então, a solução para isso seria se excluir do mercado de trabalho? De maneira nenhuma! A grande necessidade são direitos trabalhistas capazes de oferecer maior suporte para as mulheres.
E os homens? Como ficam nessa história? Ainda segundo o Pravaler, os homens gastam apenas 10,9 horas semanais em atividades domésticas. Por outro lado, as mulheres gastam cerca de 21,3 horas.
Há, ainda, quem aponte como solução as escolas integrais para os filhos das trabalhadoras. De fato, é uma excelente opção. Entretanto, os valores das mensalidades não são baratos e devemos nos lembrar da diferença salarial que existe entre os sexos.
Diante dos vários desafios para a mulher no mercado de trabalho, a sensação de desânimo e de injustiça social se acende. No entanto, fica aqui o grande incentivo: que as mulheres nunca desistam de conquistar seu espaço e mostrar seu verdadeiro valor. É importante que jamais se calem diante de situações de assédio e busquem seus direitos trabalhistas.
Agora, compartilhe o texto em suas redes sociais e inspire mais mulheres a vencer os desafios do mercado!