Entrevista com Emerson Bisan
A WinSocial acredita que são suas atitudes que te definem e não sua condição de saúde. Realizamos uma série de entrevistas com pessoas com diabetes que fazem a diferença, para mostrar que a vida pode ser doce para todos!
WinSocial: Emerson, para começarmos o nosso bate papo, gostaria que você se apresentasse.
Emerson Bisan: sou o Emerson, tenho 45 anos, sou educador físico e educador em Diabetes, ultramaratonista e diagnosticado com diabetes tipo 1 há 24 anos.
WS: me fale um pouco mais sobre a sua vida e Diabetes...
EB: sinceramente a única alteração que tive que fazer na minha rotina foi a inserção dos medicamentos, porque eu já praticava esportes, já estava na faculdade e sempre valorizei muito a qualidade de vida. Tive que aprender e educar a questão dos medicamentos como tomar insulina, dosagem, contagens e habilidades com medicamento. Mantive o estilo de vida que sempre tive e isso facilitou minha adaptação. Não tive sofrimento ou rejeição.
WS: você já se sentiu excluído por ter Diabetes?
EB: desde o diagnóstico, me propus a seguir da forma que sempre vivi e mostrar as outras pessoas que eu poderia fazer qualquer coisa, realizar qualquer sonho e desafio. Sinceramente, poucas vezes eu me senti excluído ou discriminado por ter diabetes. Talvez quando eu tive interesse em doação de sangue e juridicamente não me permitiram ou quando fui fazer seguro de vida fui barrado também (na @winsocial você pode!), mas eu passei por cima disso, mesmo sem ter o seguro.
WS: a Diabetes não interferiu, mas te impediu de fazer algo?
EB: olha, sinceramente eu nunca tive nenhuma dificuldade na minha vida por causa do diabetes. Trabalho, faço atividades, ajudo minhas filhas e até falo a mesma linguagem que elas.
WS: as perguntas sobre Diabetes em geral remetem muito a problemas e até certo ponto são bem negativas, mas você respondeu todas de forma muito positiva. Porque para você é diferente?
EB: talvez pela ligação com o esporte… nele você ganha, você perde, você tem dificuldades para superar os desafios e nem sempre as contas acontecem do jeito que a gente quer. Mas temos que continuar vivendo e uma coisa que eu me propus é mesmo com diabetes, tanto viver bem quanto mostrar para outras pessoas que é possível viver com qualidade de vida, viajar, ir ao cinema, comer bem e realizar qualquer coisa.
WS: como você se sente sabendo que tanta gente que te acompanha e se identifica, estão superando desafios por encontrar em você uma visão mais positiva?
EB: principalmente nas mídias sociais ou em grupos de crianças ou pais com diabetes… quando você chega e fala sua profissão, o que faz, como você é feliz, as pessoas começam a te olhar com desconfiança, mas quando você fala tudo que já fez na vida e o que enfrentou… é muito bacana quando uma criança cabisbaixa abre um sorriso pra você e percebe que é capaz de fazer o que ele quiser na vida desde que tenha um bom controle. Poxa, eu quero ser corredor igual ao Emerson, quero ser um profissional de educação física… isso não tem preço, é muito bacana.
WS: quando você foi diagnosticado com a condição, procurou alguém para se inspirar?
EB: mesmo sendo uma pessoa esclarecida, ainda temos pouca informação. A primeira pergunta foi se eu poderia continuar a faculdade de Educação Física, praticar esportes etc… e aí, meu médico apontou para um quadro na parede e me perguntou se eu conhecia. O homem na parede era o Mark Spitz (o segundo maior nadador olímpico da história, atrás apenas de Michael Phelps) e ele tinha diabetes. Essa informação foi tão importante que me motivou. Saí da primeira consulta decidido a ser o Mark Spitz para outras pessoas também.
WS: vamos mudar o tom da conversa. Quero que você pense em uma história engraçada de hipo ou hiper, ou até alguma do diabetes pra contar pra gente.
EB: ah! Acontece muita coisa no dia a dia e geralmente acontece com gente que tem pouca informação. Quando você chega no restaurante, faz seu prato de comida e as pessoas perguntam se você pode comer isso ou aquilo, ou vê o leitor de glicemia e ficam assustadas… mas precisamos ter paciência e transmitir a informação de que essas alternância de estados da glicemia nunca é perfeito, buscamos uma estabilidade, mas saber conduzir as falhas é a coisa mais interessante para passar um dia normal, sem desespero.
WS: falando dos seus insumos, você já parou pra pensar o quanto você gasta no seu tratamento?
EB: ir no encontro da WinSocial no Rio de Janeiro me fez parar pra pensar e fazer as contas, mas até então, nunca tinha focado minha atenção. Algumas coisas eu pego do sistema público, mas muitas vezes devido à burocracia e à necessidade de parar meus afazeres para ir atrás, acabo perdendo mais tempo e mais dinheiro. Por isso acabo indo na compra privada. Pesquiso muito para encontrar o local mais barato mas nem sempre é possível. Agora tenho me esforçado para calcular e me preparar para o futuro.
WS: você conhece bem a WinSocial, acredita que nós temos a capacidade de ajudar a comunidade?
EB: acredito que vá ajudar muitas pessoas a entender melhor o caminho a seguir e também contar com suporte da WinSocial para ter um futuro melhor. Mas não acho que é só isso. O projeto é uma mudança no mercado e eu tenho percebido depois das postagens nas mídias sociais que muitas seguradoras têm me seguido e me acompanhado sobre o que temos falado sobre isso. Pode ser uma mudança de perfil no mercado, uma nova visão no mercado de previdência privada e de seguros.
WS: se você pudesse dar um conselho para alguém que acabou de descobrir que tem diabetes, o que você diria?
EB: quando me perguntam se eu tenho uma vida normal, eu digo que não é normal. Eu começo a dar aula às 6 da manhã, às vezes até às 22h da noite. Cuido de uma assessoria esportiva que tem 120 alunos (parte deles com diabetes), sou ultramaratonista que exige um treinamento muito rigoroso, provas de mais de 200km, mais de 90 maratonas, viajo com minhas filhas, falo a mesma linguagem que elas, conheço vários países e suas culinárias e ainda quero muito mais desafios para minha vida. Essa é a principal mensagem: você pode ter uma vida normal se você tiver um bom controle e tomar cuidados. Pode ter uma vida excepcional com autenticidade e se diferenciar no mercado, se você for esportista, corretor, nutricionista… qualquer profissão.
WS: pra finalizar com chave de ouro, diga uma frase que represente a diabetes.
EB: saúde! O dia a dia, a rotina saudável e acompanhamento médico é fundamental para todos, com ou sem diabetes.
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