Edema Macular Diabético: o que é, causas, sintomas e mais

Quando falamos de diabetes, estamos lidando com uma condição que mantém o organismo em um estado de hiperglicemia. O principal foco do tratamento é realizar o controle glicêmico, evitando as complicações que isso causa para os diversos órgãos e tecidos.
Se não tratada, há maior risco de desenvolver tais complicações, considerando que a exposição aos níveis elevados de glicose causa alterações metabólicas de impacto sistêmico.
Para a visão, por exemplo, a retinopatia seguida pelo edema macular diabético pode levar o indivíduo à perda visual e, portanto, esses problemas devem ser detectados o quanto antes, a fim de iniciar o tratamento e evitar a piora do quadro. Continue a leitura e saiba mais sobre o tema!
Descubra o que é o edema macular diabético
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, o edema macular diabético é a principal alteração capaz de causar uma perda irreversível da visão, sendo que a prevalência é em torno de 7%. Mas, afinal, o que é essa complicação?
Muito se ouve falar sobre a retinopatia diabética, mas é preciso diferenciar cada uma das condições. Na verdade, o edema macular é consequência da retinopatia e, para entender melhor, vamos explicar um pouco dos dois.
Anatomicamente, o olho é composto por diversas camadas e estruturas, as quais viabilizam a chegada dos raios luminosos até a retina. É na retina que os raios são captados e transformados em estímulos nervosos que serão enviados para o cérebro.
Na retina, existem diversos fotorreceptores, mas é na chamada mácula que há maior concentração deles, de modo que melhora consideravelmente a acuidade visual. Portanto, um acometimento da retina diminui a capacidade visual.
Embora uma condição seja consequência da outra, apresentar o edema macular diabético não quer dizer que a retinopatia esteja em um quadro mais grave ou em estágio avançado. Então, o edema pode ser associado a qualquer estágio da doença.
Saiba quais são seus sintomas e complicações
Agora que você já sabe o que é o edema macular, vamos entender como ele é formado e saber quais são seus sintomas. O estado de hiperglicemia sustentado provoca alterações nos vasos sanguíneos, as quais consistem, principalmente, em diminuir a oxigenação e bloquear o fluxo.
Nessas condições, ocorre um aumento na permeabilidade vascular. A consequência disso é a maior saída de líquido de dentro dos vasos para as estruturas adjacentes, formando, então, um edema. Com esse edema formado, há uma barreira para a chegada dos raios luminosos até a região da mácula.
Por conseguinte, o principal sintoma é a perda na acuidade visual, de modo que a vista pode se tornar embaçada, com distorção das imagens e até mesmo resultar na perda visual. Por outro lado, há ainda a possibilidade de a condição ser assintomática.
Vale ressaltar que, quando a retinopatia atinge o grau proliferativo, são liberadas substâncias que resultam no crescimento de novos vasos sanguíneos. Esse crescimento aumenta a gravidade do quadro, pois acentua o edema e o estado inflamatório na retina.
Entenda como é feito o diagnóstico
Como foi dito, em muitos casos, os pacientes não apresentam sintomas e, ao descobrir a doença, estão em um quadro avançado e de difícil tratamento. Em pessoas com diabetes, o acompanhamento deve ser constante não apenas da glicemia, mas também dos parâmetros que podem indicar lesões em órgãos-alvo.
Da mesma maneira que há o cuidado em verificar a integridade dos vasos sanguíneos nos membros inferiores — a fim de detectar precocemente o pé diabético —, é preciso lançar mão de medidas que detectam parâmetros de acometimento da retina.
Sendo assim, há uma rotina pré-determinada para realizar avaliação oftalmológica. Nos pacientes com diabetes tipo 2, a consulta ao oftalmologista deve ser feita imediatamente após o diagnóstico, considerando que não se sabe exatamente há quanto tempo o organismo está no estado de hiperglicemia.
Por outro lado, em pacientes com diabetes tipo 1, a detecção da condição ocorre mais precocemente, de modo que não há longo período prévio de exposição a níveis elevados de glicose. Portanto, a avaliação oftalmológica pode começar depois de 3 a 5 anos do diagnóstico.
Nessa avaliação oftalmológica, são realizados alguns testes específicos, como:
- acuidade visual, verificando o desempenho no teste;
- mapeamento de retina, após dilatação da pupila com auxílio medicamentoso;
- biomicroscopia em lâmpada de fenda, para examinar cada camada do olho;
- tonometria, a fim de identificar a pressão ocular.
Conheça algumas formas de tratamento
O rastreamento é muito importante para detectar as modificações em estágio inicial. Independentemente do tempo de evolução, é preciso tomar medidas que reduzam o risco de progressão dos danos visuais.
A primeira delas é o controle glicêmico. Tirar o organismo de uma condição de hiperglicemia diminui as chances de piora do quadro e evita o desenvolvimento de outras complicações nos diferentes órgãos-alvo.
Além do acompanhamento glicêmico, algumas medidas são fundamentais para um melhor manejo, como adequação da pressão arterial e do perfil lipídico, visto que também são fatores de risco para a retinopatia.
Embora essas medidas sejam fundamentais, existem tratamento mais incisivos, como a fotocoagulação a laser. Considerando que no estágio avançado do acometimento visual existe a formação de novos capilares sanguíneos, o objetivo do tratamento é evitar a progressão deles.
Por meio da fotocoagulação, o laser tem o objetivo de destruir os capilares formados, submetendo-os a um estado de coagulação. Portanto, deve ser utilizado apenas quando houver proliferação de vasos ou quando estiver na iminência desse quadro.
Assim como a intervenção pode ser feita por laser, existe também a opção de utilizar medicamentos, os quais têm função antiangiogênica, ou seja, de impedir a proliferação de novos vasos. Em casos mais graves, a cirurgia indicada é a vitrectomia, que substitui um fluido gelatinoso ocular por outra substância, como gás ou líquido.
Vimos que o edema macular diabético pode ocorrer em qualquer estágio da retinopatia, sem indicar necessariamente a gravidade dessa condição. Os principais sintomas estão associados à dificuldade ou perda visual, requerendo diagnóstico em tempo hábil para minimizar os danos e evitar a progressão do acometimento. Portanto, não deixe de realizar a avaliação oftalmológica com um especialista periodicamente!
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