Poucas coisas resumem tanto o título de adulto como declarar o imposto de renda (IR). Trata-se basicamente de um imposto cobrado de acordo com seus ganhos, recolhido pela Receita Federal. Antigamente, era comum que outras pessoas, normalmente contadores, ficassem responsáveis por fazer a declaração de pessoas físicas, mas esse cenário vem mudando.

Declarar seu próprio IR aproxima você das suas finanças, além de ajudar a entender melhor esse tributo, o que é e para que serve. Apesar de parecer, não é nenhum bicho de sete cabeças! Quer saber como fazer declaração de imposto de renda? Continue conosco e confira este passo a passo!

O que é imposto de renda e para que serve?

O imposto de renda é um tributo bastante conhecido, cobrado sobre a renda dos brasileiros, como seu próprio nome diz. Também conhecido pela sua sigla IR, é recolhido de maneira anual pela Receita Federal.

Foi criado em 1922 com o objetivo de arrecadar fundos, repassados posteriormente para estados e municípios, ou financiar áreas como saúde e educação, dentre outras políticas públicas.

A declaração do IR serve para que a Receita Federal tenha ciência de seus ganhos e despesas. Como uma das modalidades de coleta é reter o imposto direto da fonte pagadora, declarar o IR também serve para realizar esse ajuste entre o imposto retido e o que é declarado, além de restituir o cidadão, caso tenha sido coletado mais do que deveria.

Quem precisa declarar e por quê?

Qualquer pessoa física que ganhe mais de R$ 28.559,70 por ano precisa declarar seus rendimentos à Receita Federal. Além disso, há outros critérios que tornam a declaração obrigatória, que estão dispostos a seguir:

• receber valor superior a R$ 142.798,50 em atividades rurais;
• possuir rendimentos isentos não tributáveis ou cobrados na fonte de valor superior a R$ 40.000,00;
• receber lucro por venda de bens e direitos;
• possuir propriedades (imóveis, terrenos, veículos) de bens e direitos de valor superior a R$ 300.000,00;
• realização de investimentos em bolsas de valores;
• tornar-se residente no Brasil e permaneceu nessa condição até o final do ano de referência.

Já vimos que muitas pessoas caem na obrigatoriedade de declarar seu IR e mais adiante vamos explicar como fazer a declaração do imposto de renda. Porém, você sabia que nem todo mundo precisa declarar? Vamos conferir agora quem pode solicitar a isenção da declaração do imposto.

Quem possui direito à isenção do imposto de renda?

Bom, se vimos que há obrigatoriedade na declaração do imposto de renda para pessoas físicas que ganham mais de R$ 28.559,70, entendemos que o ganho inferior a esse valor automaticamente isenta o indivíduo de declarar o IR.

Porém, há outros critérios que as pessoas podem utilizar para isenção da declaração:

• pessoas que apresentam condições de saúde graves, como deficiência visual, esclerose múltipla, cardiopatia grave, diabetes, HIV e outras condições descritas no site da Receita Federal;
• aposentados e pensionistas com mais de 65 anos que ganharam menos que R$ 3.807,96 por mês, no ano referente à declaração.

É importante ressaltar que a isenção da declaração para pessoas que apresentam determinadas condições de saúde, como a diabetes, apenas ocorre se não há exercício de atividade remunerada. Ou seja, é necessário que sua renda seja proveniente de pensão, aposentadoria ou benefícios.

Como fazer declaração de imposto de renda?

Agora vamos entender, de uma vez por todas, como fazer a declaração do imposto de renda de maneira adequada!

Baixar o aplicativo da receita federal atualizado

Há dois aplicativos que podem ser baixados para realizar a declaração do IR: uma versão para smartphone ou para computador. Desse modo, é importante verificar se são versões atualizadas antes de prosseguir.

Além disso, quem possui conta ouro ou prata no Gov.br pode baixar a declaração pré-preenchida, atrelada ao seu CPF. Porém, fique atento: é preciso revisar as informações e garantir que o preenchimento esteja correto ou se falta inserir algum dado.

Reunir documentos necessários com antecedência

Todos os anos, a Receita Federal dá um prazo para a declaração acontecer. Sabendo disso, reunir os documentos em tempo hábil evita que a declaração seja feita em cima da hora, prevenindo-se de erros e ausência de informações.

Os principais documentos são:

• informes de rendimentos dos bancos em que possui conta (corrente e poupança), dos lugares que trabalhou no ano de referência,
• notas fiscais de atendimentos de profissionais de saúde, clínicas, bem como gastos com educação ou seguro de vida;
• aquisição ou venda de bens e direitos, com valores;
• CPF, notas fiscais de atendimento de saúde ou educação e informes de rendimentos de dependentes, se houver;
• rendimentos obtidos com aplicações financeiras.

Preencher os campos

O aplicativo é bastante intuitivo, o que facilita seu preenchimento. Você pode optar por resgatar a declaração do ano anterior, ou pré-preenchida (é solicitado o número gerado), e ir conferindo e atualizando as informações.

Você também pode iniciar uma declaração em branco, clicando em “Criar nova declaração”, preenchendo todas as informações desde o começo, como seus principais dados e rendimentos de fato.

Os informes de rendimento da empresa e dos bancos já trazem a especificação de cada ganho para preenchimento no lugar adequado, como rendimentos tributáveis e não tributáveis, férias, 13º salário e o imposto já retido na fonte.

É importante que você declare todas as suas fontes de renda. Isso inclui pensões, trabalho remunerado assalariado, rendas extras, recebimento de doações, bolsas de estudo e dinheiro recebido do exterior.

Da mesma forma, se há dependentes, todas informações de ganhos e deduções também devem ser especificadas na declaração. Além disso, não se esqueça de preencher seus dados bancários para recebimento da restituição, se houver.

 Escolher o tipo de declaração

Há dois tipos de declaração: a completa e a simplificada. Esta segunda é uma ótima escolha para quem não possui muitas deduções e/ou dependentes, sendo calculado um desconto padrão de 20% do total da sua renda tributável.

Já a declaração completa é a melhor opção para quem teve muitas despesas com saúde e educação, possui dependentes, ou seja, necessita de um detalhamento mais específico. Você pode optar por uma ou outra de forma simples, apenas clicando e observando qual é mais vantajosa para você, pois aparece na tela ao lado o valor a restituir ou saldo devedor, se for o caso.

Revisitar erros

O aplicativo sempre traz se há pendências a cada parte salva, porém é fundamental que você cheque as informações para evitar erros e uma possível queda na malha fina. Estando tudo certo, você pode clicar em “Entregar a declaração” e encerrar o processo.

Caso você encontre erros ou tenha esquecido de inserir alguma informação depois de finalizar, não se preocupe. Há um prazo para retificação, que pode ser feita sem maiores problemas.

Hoje vimos um pouco sobre o famoso IR, o que é e para que serve, além de entender o passo a passo de como fazer declaração de imposto de renda. Então, é primordial preocupar-se com antecedência com a declaração, reunir os documentos em tempo hábil e declarar todos os rendimentos recebidos no ano de referência, para evitar perda do prazo e queda na malha fina.

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